No Brasil, segundo o INCA, estima-se cerca de 600 mil novos casos de câncer para 2018. Última pesquisa realizada pelo IBGE em 2013 mostrou que aproximadamente metade das pessoas sequer atingiu a recomendação mínima preconizada pela OMS para a prática de atividade física por semana, ou seja, 150 minutos/dia de atividade moderada ou 75 minutos em ritmo mais intenso.
As mulheres estão em desvantagem em relação aos homens. É maior o número de mulheres que não se exercitam, cerca de 51%, enquanto os homens, 43%.
Um estudo realizado por Moore, et al, Association of Leisure-Time Physical Activity With Risk of 26 Types of Cancer in 1.44 Million Adult, 2016 reuniu dados de 1,44 milhões de pessoas de 19 a 98 anos, 57% mulheres. No estudo foi examinado a atividade física no tempo de lazer em relação ao risco de 26 diferentes tipos de câncer em uma análise conjunta de 12 estudos prospectivos. A prática de atividade física mostrou-se associada ao menor risco de desenvolver 13 tipos diferentes de câncer, sendo que o risco de desenvolver 7 tipos de câncer foi de 20% (ou mais) menor entre praticantes mais ativos: adenocarcinoma esofágico, cânceres de fígado, pulmão, rim, cárdia gástrica, endométrio e leucemia mielóide.
O estudo também explorou o papel do IMC na associação da atividade física com o espectro total dos tipos de câncer. Estudos longitudinais e ensaios clínicos randomizados mostraram que a atividade física ajuda a prevenir o ganho de peso e que o exercício reduz os níveis de biomarcadores relevantes para o câncer, como o estradiol, principalmente como consequência da perda de peso. Essas observações combinadas deram origem à hipótese de que a atividade física reduz o risco de câncer, principalmente, através da redução do peso corporal.
Os autores do estudo afirmam que os resultados apoiam a promoção da atividade física como um componente chave dos esforços de prevenção e controle do câncer em toda a população.
Bruno Orsetti
